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sábado, 23 de outubro de 2010
posted at 11:49

Hoje de manhã quando abri a página do Fashion Gone Rogue, a primeira imagem que apareceu na minha frente me deixou hipnotizada. A foto era de um editorial da Vogue Paris edição de novembro, e eram tantas coisas apaixonantes e delicadas num lugar só que decidi postá-lo aqui.

Para começar esse editorial foi produzido fora de estúdio, o que por si só já faz uma diferença gigantesca. Não que editorias de estúdio sejam ruins, ao contrário, acho que cada um tem seu valor e tem pontos diferentes a serem explorados, – como luz, ângulo, foco – mas como acho que o contato com cenários e lugares fora do estúdio acabam dando mais autenticidade e vida para a fotografia sou especialmente apaixonada por eles.

Em segundo lugar achei bonita a idéia que o editorial trouxe. Reparando bem não são apenas momentos entre uma mãe e uma filha, são, na verdade, momentos únicos nessa relação. Pelas fotos e atmosfera a gente vai percebendo que as brincadeiras apresentadas nas fotos também estão na situação vivida: mãe e filha descobrindo e brincando com a infância e maturidade. A mãe entra nesse universo infantil da menina, volta a ser criança outra vez, enquanto a menina brinca de ser ‘gente grande’ e com toda sua inocência tenta maquiar a mãe, tenta copiar aquela que é sua imagem de super- mulher.

È bonito de se ver. É bonito ver retratada de forma tão delicada uma relação tão íntima como essa.
As fotos são de Mikael Jansson, o style de Anastasia Barberi e a linda Sasha Pivovarova personifica a figura da mãe em um cenário ensolarado e bucólico.

 
Um dos acessórios mais usados no editorial foram os chapéus. Para mim, que ando louca com chapéus, foi um prato cheio pra admirar. É legal perceber que esse acessório (dá pra notar bem isso nas fotos) ganha uma importância enorme no visual e acaba fazendo toda a diferença numa roupas básica, por exemplo.
E olha duas coisas super românticas na foto: a estampa de moranguinhos e a trança. Aliás, é legal perceber a trança toda ‘despencando’, afinal é primavera, você está no campo brincando com sua filha, é só fazer uma trança nos cabelos e sair correndo para aproveitar o sol =)



 
Babados, plissados, misturas de estampas. Quem não gosta?
Além disso, a menina parece mais camponesinha do que nunca. Uma camponesinha com uma estampa rica em detalhes. E o chapéu, de novo, mostra como pode fazer diferença.

 
Foto linda. Eu olho e imagino um momento de conversa em tom de brincadeira entre as duas, em que os risinhos enchem o ambiente. Ambiente, aliás, que fica com cores apagadinhas, levando todo o foco pras estampas dos vestidos da mãe e filha.

 
Branco, luz, áureo. Nas roupas, nos cabelos loiros da Sasha, na claridade que entra pela janela. E pra contrapor tudo isso a filhinha brinca de maquiar a mãe. É quase um desenho em branco esperando pra ser colorido.

 
É um convite à diversão. Esse óculos de gatinho – que voltou com tudo nos últimos tempos – esse pano (?) rosa que dá uma equilibrada nos tons mais escuros da foto e essa saia de tule que eu achei incrível, incrível da menininha.

 
Toda vez que alguém falar que se não se pode usar a mesma cor para uma roupa toda eu vou mostrar essa foto e perguntar: ainda acha que não? Eu acho chato gente que condena looks monocromáticos, até porque usar a mesma cor não significa usar o mesmo tom na combinação e acho que isso pode fazer, e muita, diferença.
E ponto pro poncho Céline!

 
E aí que a foto traz uma roupa linda dessas e, no entanto, meu olhar foi para outras duas coisas: botões para todo lado e essa escova de cabelo que lembra as da casa da minha vó.

 
Num primeiro momento a foto me causou estranheza. O robe de musseline é lindo, óbvio, mas me deu nervoso ver ele arrastando na terra...Aí eu pensei: ué, é um domingo, minha filha tá me chamando pra brincar, a gente tá no campo e o dia tá lindo. Vou aproveitar meu robe e ver ele esvoaçando por aí.

 
Eu quero esse chapéu!

  
Floral com animal print? Pois é.
Mas o que eu mais gostei da foto foi a menininha na árvore. Primeiro porque eu acho que tem que se tomar muito cuidado quando se coloca uma imagem de criança do lado de uma imagem de batom, por exemplo. Não que a criança não possa usar, nada disso, mas a gente tem que lembrar acima de tudo que ela é uma criança e que preocupação com maquiagem, roupa e coisas assim deves ser tratada como brincadeira. Então a foto me conquistou exatamente no momento em que coloca a criança se maquiando pra parecer a mãe, mas na foto seguinte você a vê brincando sem preocupação alguma. Me dá a impressão, ótima, de que ela achou legal e usou tudo para brincar, não para ficar a cara de uma boneca.



Trench-coat é a peça que mais amo no mundo, então imaginem minha cara diante desse trench-coat...


 
A foto mais linda, o chapéu mais lindo, a combinação mais linda e transparências mil; tudo numa imagem só.

E aí depois de todas essas fotos eu penso como é possível fazer um editorial usando uma criança e não apelar para uma imagem nem sexy nem mulher demais. Fazer um editorial de moda, com uma grande modelo, um grande fotógrafo e com cenários e roupas lindas e preservar a primeira característica da infância: a inocência.

Palmas pra Vogue Paris.

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