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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
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Em dezembro, numa das muitas conversas que rolaram no trabalho, tivemos uma séria (e longa) discussão sobre a relevância do jornalismo de moda, principalmente sobre a crítica de moda.

Eu acho tão bom poder discutir esse tipo de assunto com pessoas fora do jornalismo! Primeiro, e óbvio, que quando você discute algo que diz respeito a sua área com pessoas que estejam fora dela, você passa a enxergar outras visões do assunto, "descobrindo” outros ângulos da situação que você ainda não tinha pensado tanto.

Na nossa conversa o que mais discutimos foi a formação do jornalista de moda, e qual a bagagem que ele tem/teve pra falar sobre determinados assuntos. Bom, vamos com calma... nossa conversa não dizia respeito a quantas faculdades, cursos de especialização ou nomes de peso ele carrega no currículo. Claro que isso faz diferença, mas é claro também – e isso me fez pensar muito – que a formação de um jornalista de moda vai muito além dos livros e do conhecimento que ele tem de style, de história, de fotografia... Estávamos pensando quantos jornalistas realmente tinham um conhecimento prático de moda.

Você sabe se aquele tecido pode funcionar dessa maneira? Você sabe se aquela gola vai ter a sustentação que você imaginava? Você tem ideia como foi possível fazer com que a forma e a estrutura da peça ficasse tão rígida? Se de longe isso pode parecer necessário, mas não tão relevante quanto os outros conhecimento ditos acima, cheguei a conclusão que, bem, no fundo ambos são importantes e essenciais da mesma maneira.

Fiz um exercício de auto reflexão e percebi que além do conhecimento que os livros, que as pesquisas e que as experiências em blog e sites de moda podem me trazer, cursos práticos e o conhecimento da visão do estilista, daquele que vai montar a peça, que vai planejar toda a coleção, são extremamente necessários.

Tudo bem que é obvio que pra falar com propriedade do assunto você tem que ter uma visão tanto teórica quanto prática, mas já parou pra pensar em como a visão do ‘por a mão na massa’- ou no manequim, no tecido - fica meio esquecida no jornalismo de moda? Ou melhor, que essa visão prática – tecidos, padronagem, cartela de cores, enfim, todo esse processo – acaba ficando também na teoria? Não to falando que todo jornalista de moda tem que ser formado em jornalismo e em moda, mas acho que buscar cursos que dêem essa visão e esse contato, literal, com as peças são necessários. E isso é algo que anotei pra mim, para o que eu quero e espero dos anos que vão vir. Porque aprender alguma coisa nova nunca é demais, ainda mais quando isso te dá uma bagagem incrível e te coloca no caminho que você quer seguir.


Imagens: we heart it

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