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domingo, 26 de dezembro de 2010
posted at 18:13

E aí que esses dias no trabalho, quando menos esperava, vi um sapato lindo de morrer passando na minha frente. Não era sandália, não era rasteirinha, sapatilha, nada nisso e, na verdade, nem era sapato feminino. O que até então eu só tinha visto no computador, na época do seu lançamento – e confesso tinha achado horrível – me pareceu a coisa mais linda do mundo vista ao vivo e a cores: Melissa para homens.


Ok, as melissas masculinas dividem opiniões, mas depois que vi aquela beleznhas ganhando a rua, vi o quanto a Melissa foi inteligente e bela na sua criação. A questão aqui, no entanto, não diz respeito apenas as melissas, mas a moda masculina num geral.
Nada de clichês, por favor, a moda caminha pra frente, então esse papo de falar que homem não pode ousar na roupa perde seu foco. A gente até pode entender que a moda masculina tenha demorado muito mais tempo pra se desenvolver do que a feminina, já que as mulheres sempre foram associadas à fertilidade, ao ser que deveria agradar seu companheiro, conquistar e ser belo. Isso vem da Antiguidade, vem das raízes de nossos ancestrais e, consequentemente, fez com que o público feminino fosse, num primeiro momento, o grande estandarte da beleza e cuidado. Assim a moda feminina caminhou mais rápido que a masculina e, quando a segunda tentava ganhar força, havia certa resistência, como se a moda só pudesse pertencer a uma esfera.
Os anos passaram e agora estamos em pleno 2011 – tudo bem, faltam alguns dias – e a moda masculina já tem uma conotação muito diferente do que há tempos atrás. Ou, pelo menos, deveria ter.







Nesse post aqui  já deu pra perceber como os brasileiros aumentaram – e muito! – seus cuidados com a beleza. Depois disso, e com as Melissas masculinas desfilando na minha frente, fiquei pensando o quanto a moda masculina evoluiu e o quanto, ainda bem, tem pra evoluir.
Digo por mim mesma. Moda masculina sempre foi algo meio nebuloso pra mim. Admirava, mas de longe, como se fosse algo menos provocante ou menos instigador do que a feminina e, assim, ela passava quase que despercebida. Então quando comecei a abrir mais meus olhos para isso me toquei o quanto o brasileiro ainda é preconeituoso e impinge estereótipos a torto e a direito. A roupa que o homem veste pode ser uma linha tênue entre ele ser chamado de bixa, ‘macho’, emo, playboy, clubber... são os rótulos sendo grudados na testa e desfilando por aí.
A mulher também sofre disso, mas o problema com os homens é latente. Então, quando você olha pra Paulista e vê aquela multidão de estilos, gostos, desejos masculinos se misturando dá vontade de sorrir com o canto da boca: estamos vivendo em tempos em que o homem pode finalmente ousar.
Que seja em pequenos detalhes, como o corte de cabelo novo que ele tanto queria, que seja na blusa pink que, sim, ainda é olhada meio torto por alguns, que seja numa melissa desfilando nos seus pés, que seja no casaco, na capa, no lenço, na sua vida...
Mas que ele saiba que também pode ousar e que a moda, afinal, não tem sexo.


Crédito das imagens: The Sartorialist

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